Analisando os dados das últimas seis eleições autárquicas no concelho de Coimbra, entre 1989 e 2009, verifica-se que tanto Manuel Machado (PS) como Carlos Encarnação (PSD) foram eleitos por menos de um terço dos cidadãos recenseados, apesar de ambos terem dirigido o município com maiorias absolutas.
O socialista obteve o melhor resultado em 1993, quando foi eleito com 31,7% dos votos dos potenciais eleitores. O social-democrata conseguiu a maior percentagem de votos em 2001, quando registou 30,5%.
Nos três mandatos em que foi presidente da Câmara, Manuel Machado registou sucessivamente as seguintes percentagens: 27,1 – 31,7 – 25,9. Nas três eleições seguintes, o registo de Carlos Encarnação foi este: 30,5 – 25,9 – 23.
Em termos de votos expressos, Machado recolheu 32.143 (em 1989), 40.014 (1993) e 33.950 (1997). Quando foi derrotado por Encarnação, em 2001, Manuel Machado obteve 22.512 votos. Encarnação foi eleito sucessivamente com 38.335 votos (em 2001), 31.752 (2005) e 29.357 (2009).
Ou seja, se Manuel Machado repetir a última votação, a de 2001, em que perdeu mais de 11 mil votos relativamente à de 1997, e perdeu mais de 17 mil votos face à de 1993, dificilmente será eleito no próximo domingo.
Concluindo: tanto Manuel Machado como Carlos Encarnação, que lideraram a Câmara Municipal de Coimbra nas últimas duas décadas, foram sempre eleitos por menos de um terço dos cidadãos com direito a voto.
Outras conclusões: o sítio da Comissão Nacional de Eleições está inacessível desde a tarde de ontem; os dados existentes nos sítios da CNE e do Ministério da Justiça não são coincidentes, verificando-se ligeiras diferenças quanto ao número de eleitores e ao resultado das votações; o Ministério da Justiça só disponibiliza dados das eleições autárquicas de 2001 e posteriores; a CNE não disponibiliza os dados referentes às freguesias das eleições da década de 70; no sítio da Câmara Municipal de Coimbra não consegui encontrar uma listagem dos presidentes do município.