Cidade do conhecimento, cidade património mundial, cidade do fado e da tradição, cidade universitária, cidade de Pedro e Inês, cidade-túmulo dos dois primeiros reis de Portugal, cidade da Rainha que distribuía pão aos pobres («São rosas, senhor!») e que também por isso se tornou Santa, cidade que «tem mais encanto na hora da despedida», cidade de onde se levam «sonhos para a vida».
Coimbra já tem atributos de sobra, numa história de 2.000 anos. Dispensa, por isso, o rótulo que se está a colar-se-lhe nos últimos anos: cidade das obras públicas polêémicas. Desgraçadamente polémicas.
Ainda se fossem polémicas, por exemplo, pelo arrojo das soluções arquitectónicas… Mas não. São polémicas pelo desbaratar de dinheiros públicos, pelas (fortes) suspeitas de corrupção. Foi o caso da Ponte Europa (na realidade, e bem, agora chamada de Ponte Rainha Santa Isabel), é o caso do Hospital Pediátrico.
[E o que dizer dos milhões enterrados na Linha da Lousã sem proveito algum? E da megalomania do traçado da A13 que vai desembocar na velha Ponte da Portela?]
Esta Coimbra não tem qualquer encanto para a generalidade dos cidadãos.
Pelo contrário, envergonha-os.
