A grande diferença entre a Internet (blogues, sítios e páginas de redes sociais, por exemplo) e um meio de comunicação social tradicional reside numa só característica: a credibilidade. Em princípio, um “media” clássico disponibiliza informação verdadeira, confirmada, contrastada. E na Internet isso pode suceder… ou não.
Volta e meia, surgem na Internet “notícias” que pouco têm de verdadeiro. E, por vezes, em sítios dos quais – pela postura, pelo nome, etc. – seria de esperar maior rigor. Mas também nos “media” tradicionais encontramos, por vezes, informações que se revelam pouco coincidentes com a realidade.
Há uma ideia generalizada, que repetidamente circula nas redes sociais, de que o Governo de Mário Soares pagou o Subsídio de Natal de 1983 aos funcionários públicos em certificados de aforro. O que é falso. Nesse ano o que houve foi um imposto extraordinário sobre o Subsídio de Natal. Imposto, simplesmente.
Os certificados de aforro surgiram cinco anos depois, pela mão de Miguel Cadilhe, ministro de um Governo de Cavaco Silva. Foi no final de 1988 e não teve a ver com o Subsídio de Natal. O Governo decidiu dar uma compensação aos funcionários públicos porque a inflação estava a ser superior à prevista aquando da negociação das tabelas salariais para esse ano. Ou seja: não foi imposto, foi bónus. Com uma limitação: os certificados só poderiam ser levantados meio ano depois, a partir de Maio de 1989.
Ainda conservo o meu.
(NOTA: A explicação detalhada encontra-a aqui.)