13.1 C
Coimbra
Quinta-feira, 13 Fevereiro, 2025
InícioGERALRui Rio e a Imprensa

Rui Rio e a Imprensa

Rui RioRui Rio: um teorizador do Jornalismo?

Rui Rio, político, parece mais interessado em definir o conceito de Jornalismo do que em clarificar a responsabilidade dos políticos no estado de bancarrota a que chegámos. E não me refiro, apenas, ao aspecto económico-financeiro: refiro-me à ética política, à acumulação de negócios públicos e privados, etc., etc.. À falta de vergonha, em suma.

O ex-presidente da Câmara do Porto parece não compreender que a Comunicação Social, factor basilar das sociedades democráticas, desenvolve a sua acção em ambiente de total liberdade. Sem quaisquer condicionamentos para além dos definidos na Lei. E que mais não cabe ao Poder Político do que definir o quadro legal em que a Comunicação Social existe. Nada mais.

Ontem, no Porto, num debate promovido pelo “Expresso”, Rio afirmou que a Comunicação Social é uma das «responsáveis da degradação do regime democrático». Escreve o “Público”: «Rio considera que o jornalismo “cumpre o seu papel” mas “não cumpre o seu papel da forma como devia” e por isso tem “sido também um dos responsáveis da degradação do regime democrático em Portugal”».

A Comunicação Social portuguesa não vive dias brilhantes. Mas muitos dos males de que padece têm origem, precisamente, no “aparelho político” que governa o país – dos ministérios às juntas de freguesia.

Por isso, creio que a atitude mais natural é desconfiar quando alguém (e, para mais, um agente político) se mostra tão interessado em definir os conceitos de Jornalismo e de interesse público em matéria de Comunicação Social. Porque a sua posição na sociedade é no “campo oposto” ao do Jornalismo. É da História. É dos livros.

A “paixão” de Rui Rio pelo Jornalismo e pela Comunicação Social não é nova.

Há meia dúzia de anos, em Coimbra, foi ouvi-lo, na esperança de o ver definir novas ideias para o país, novas metas e novos desafios para Portugal, tal como referia tema do ciclo de conferências. Tinha a ideia de que ele poderia vir a ser um líder nacional, rigoroso, de “boas contas”. Um político consistente. Rio, no entanto, ocupou a maior parte do tempo a falar da Comunicação Social, algo de estranho e que me fez pensar numa qualquer “fixação”.

Saí dessa sessão – como referi na altura ao amigo que me convidara para a conferência – com uma ideia clara: este homem nunca terá o meu voto. Porque, em última análise, se assume como perigoso para a própria Liberdade.

No dia em que o Jornalismo tiver de escolher novos rumos, novos caminhos, não necessitará que um político, ou uma maioria política, sejam eles quais forem, lhe determine a direcção da mudança.

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments

Célia Franco sobre Redacção da TSF ocupada
Maria da Conceição de Oliveira sobre Liceu D. Maria: reencontro 40 anos depois
maria fernanda martins correia sobre Água em Coimbra 54% mais cara do que em Lisboa
João Vaz sobre Conversas [Vasco Francisco]
Eduardo Varandas sobre Conversas [Vasco Francisco]
Emília Trindade sobre Um nascimento atribulado
Emília Trindade sobre Sonhos… [Mário Nicolau]
Emília Trindade sobre Sonhos… [Mário Nicolau]
Américo Coutinho sobre “FDP” [Salvador Massano Cardoso]
José da Conceição Taborda sobre João Silva
António B. Martins sobre Qual é a maior nódoa negra de Coimbra?
Cristina Figueiredo sobre Encontro Bata Azul 40 anos
Maria Emília Seabra sobre Registos – I [Eduardo Aroso]
São Romeiro sobre Encontro Bata Azul 40 anos
maria santos sobre A carta de Ricardo Castanheira
Maria do Rosário Portugal sobre Ricardo Castanheira é suspenso e abandona PS
M Conceição Rosa sobre Quando a filha escreve no jornal…
José Maria Carvalho Ferreira sobre COIMBRA JORNAL tem novos colaboradores
Ana Maria Ferreira sobre Qual é a maior nódoa negra de Coimbra?
Maria Isabel Teixeira Gomes sobre COIMBRA JORNAL tem novos colaboradores
Maria de Fátima Martins sobre Prof. Jorge Santos terminou a viagem
margarida Pedroso de lima sobre Prof. Jorge Santos terminou a viagem
Maria Emília Gaspar sobre Qual é a maior nódoa negra de Coimbra?
Manuel Henrique Saraiva sobre Como eu vi o “Prós e Contras” da RTP
Luísa Cabral Lemos sobre Como eu vi o “Prós e Contras” da RTP
Eduardo Saraiva sobre Prós e Contras: porquê em Coimbra?
Armando Manuel Silvério Colaço sobre Qual é a maior nódoa negra de Coimbra?
Henrique Chicória sobre Qual é a maior nódoa negra de Coimbra?
Maria de Fátima Pedroso Barata Feio Sariva sobre Encarnação inaugurou Coreto com mais de 100 anos
Isabel Hernandez sobre Lembram-se do… Viegas?
Maria Teresa Freire Oliveira sobre Crónica falhada: um ano no Fundo de Desemprego
Manuel Marques Inácio sobre MARINHO PINTO candidato ao Parlamento Europeu
Maria Teresa Freire Oliveira sobre REPORTAGEM / Bolas de Berlim porta-a-porta
Eduardo Manuel Dias Martins Aroso sobre Crónica falhada: um ano no Fundo de Desemprego
Maria Madalena >Ferreira de Castro sobre Crónica falhada: um ano no Fundo de Desemprego
Eduardo Manuel Dias Martins Aroso sobre INSÓLITO / Tacho na sessão da Câmara de Miranda
Ermenilde F.C.Cipriano sobre REPORTAGEM / Bolas de Berlim porta-a-porta
Eduardo Manuel Dias Martins Aroso sobre De onde sou, sempre serei
Carlos Santos sobre Revolta de um professor
Eduardo Varandas sobre De onde sou, sempre serei
Norberto Pires sobre Indignidade [Norberto Pires]
Luis Miguel sobre Revolta de um professor
Fernando José Pinto Seixas sobre Indignidade [Norberto Pires]
Olga Rodrigues sobre De onde sou, sempre serei
Eduardo Saraiva sobre Pergunta inquietante
Isabel Hernandez sobre Hoje é dia de S. Cristiano Ronaldo
Leopoldo Serra sobre Ronaldo: alma portuguesa a chorar
mritasoares@hotmail.com sobre Hoje há poesia (15h00) na Casa da Cultura
Eduardo Varandas sobre Caricatura 3 (por Victor Costa)
Maria do Carmo Neves sobre FERREIRA FERNANDES sobre Sócrates
Maria Madalena Ferreira de Castro sobre Revalidar a carta de condução
Eduardo Saraiva sobre Aproveitar o lado bom do capitalismo
Eduardo Saraiva sobre Eusébio faleceu de madrugada
Luís Pinheiro sobre No Café Montanha
Maria Madalena Ferreira de Castro sobre Eusébio faleceu de madrugada
José Maria Carvalho Ferreira sobre José Basílio Simões no “Expresso”
Maria Madalena Ferreira de Castro sobre Carta de Lisboa
Manuel Fernandes sobre No Café Montanha
Eduardo Saraiva sobre Mau tempo em Coimbra (imagens TVI)
candido pereira sobre VERGONHA: Mondego ultrapassa margens
Ana Caldeira sobre Desabamento na Estrada de Eiras
Rosário Portugal sobre Desabamento na Estrada de Eiras
manuel xarepe sobre No Café Montanha
Jorge Antunes sobre Mataram-me a freguesia
António Conchilha Santos sobre Nota de abertura
Herminio Ferreira Rico sobre Ideias e idiotas!
José Reis sobre Nota de abertura
Eduardo Varandas sobre Caricatura
Eduardo Varandas sobre Miradouro da Lua
Célia Franco sobre Nota de abertura
Apolino Pereira sobre Nota de abertura
Armando Gonçalves sobre Nota de abertura
José Maria Carvalho Ferreira sobre Nota de abertura
Jorge Antunes sobre Nota de abertura
João Gaspar sobre Nota de abertura
Ana Caldeira sobre Nota de abertura
Diamantino Carvalho sobre Mataram-me a freguesia
António Olayo sobre Nota de abertura
Alexandrina Marques sobre Nota de abertura
Luis Miguel sobre Nota de abertura
Joao Simões Branco sobre Nota de abertura
Jorge Castilho sobre Nota de abertura
Luísa Cabral Lemos sobre Nota de abertura
José Quinteiro sobre Nota de abertura
Luiz Miguel Santiago sobre Nota de abertura
Fernando Regêncio sobre Nota de abertura
Mário Oliveira sobre Nota de abertura