A CGA acaba de me comunicar, através do indeferimento do pedido de aposentação por incapacidade, que às crianças deste país, àquelas a quem mais atenção e saber deve ser disponibilizado, basta um qualquer bardamerdas de curtas, breves e progressivamente desgastadas vistas a que chamarão professor de educação especial para assegurar os cuidados de que carecem, mesmo que lhe hajam perguntado se por lá onde porfiava não lhe arranjariam oficina em que tal encargos não fizessem moça…
Vou ver se, embora não saiba ainda bem como, aproveitando a presente campanha de saldos que o Vaticano encetou, não se esquecem destes algozes aposentadores para municiamento da sua população canonizante, e que assim não lhes seja a terra demasiado dura para que a vermeria agonizante da sua podridão intragável possa ao menos apanhar um pouquito de ar menos conspurcado para, fôlego renovado, finalizar com êxito as comensais exéquias.
Com tamanho séquito de indigentes pululando nas esquinas esconsas do estado (a que deixámos isto chegar), só por burocrática designação me considero, até ver, português. Digam-me pois de mouro, mais justo que o godo na distribuição dos proventos ou, melhor ainda, de lusitano: sempre dá ideia de termos sido alguém com eles no sítio, se esquecermos a tal cena dos bufos traidores.
* Professor identificado
Obrigado Mário.
Agradeço a publicação.
Ambos conhecemos o autor, mas eu mantenho obrigatoriamente uma relação próxima. Este senhor que tanto deu ao ensino! Correu desde a Pampilhosa da Serra (Trinhão) ao Algarve (Vila do Bispo), da Lousã (Arcil) à Baixa da Banheira, de Lisboa a Coimbra e Oeiras; que com todo o mérito, capacidade , inteligência, conhecimento e dedicação obteve sempre as melhores prestações e classificações entre tantos outros nos vários desafios a que se propunha, e com a única finalidade de servir e ensinar. Durante 35 (?) anos com uma competência fora do comum dedicou o amor e o saber a quem dele necessitava.
Incapaz fisicamente de continuar a fazer o que mais adora, foi maltratado por quem miseravelmente põe e dispõe, e que durante os ultimos 4, 5 ou 6 anos ( já nem sei bem) cometeu o crime de o achar capaz quando não o é. Dão-lhe uns miseros 270 € por mês e ferem-lhe a dignidade.
Fico triste por viver num país que trata assim os seus.
Abraço.
Perdão, Luís Miguel, mas serão uns soberbos 178,13 € (RSI) e não os insignificantes 270 € que mencionas. Eu sei que te pareceria indizível, mas é mesmo assim. Mas não mereço tantas loas, com os diabos.