Gisele Wolkoff
Graça Capinha, docente da Universidade de Coimbra, apresenta o livro “Rumo ao Sol”, da poeta brasileira Gisele Wolkoff, amanhã, quarta-feira, dia 26, pelas 18h00, na Casa da Escrita em Coimbra.
O crítico literário Marcos Hidemi de Lima refere-se à poesia de Gisele Wolkoff como sendo iluminada “em seus bemóis: sol, só, sou. Nessa sequência de semitons, oculta uma equação de seu fazer poético, que se percebe na multiplicidade da construção/desconstrução da(s) palavra(s), sobretudo de S O (ó) u L, e na importância dos parênteses, das vírgulas, dos pontos, etc. – sinais que se tornam verdadeiros átomos de poeticidade na escrita de Gisele. Mas mais do que isso, seus poemas reverberam sobre as cinzas de tudo que não seja mar, luz, céu, azul. E que ninguém se engane imaginando que estas quatro palavras estão grávidas apenas de luminosidade e decifração! Elas contêm a tensão dialética da vida”.
“Pulsa em cada verso de Rumo ao Sol uma consciência de que ser é muitas vezes não-ser, isto é, alma estrangeira que se nega a ser o que as expectativas apregoam aos quatro ventos. Vibra em cada poema a sabedoria de quem adentra não só no reino das palavras; penetrando, sim, nas frinchas da poesia que precisa ser sabedoria, poesia que, nos desvãos da existência, se estabelece como uma filosofia de enfrentamento e permanente indagação, extraindo de cada dúvida novas questões, até que reste enfim, como diz Gisele, “só a sede de não-ser e a fome de desfazer o não-ser”, reforça Marcos Hidemi de Lima.