ZÉ DA ALHADA *
Haja coragem para dizer a verdade, independentemente da cor político-partidária.
O Dr. Marques Mendes, um destes dias, tinha razão, apesar de ter pertencido à “máquina”.
Acabar com a classe média é a maior vergonha que os politiqueiros podem fazer… E este esvaziar é o que tem sido feito, a conta-gotas, devagar e sem percepção, para que a “coisa” pegue e não se dê tempo para que possamos estrebuchar na praça pública, exigindo respeito por uma classe trabalhadora que suporta o País.
Quem pode mexer com a economia e quem lhe pode transmitir alguma réstia de dinamismo é a classe média. Mas estes trapaceiros da política – todos sem excepção – o que querem é pobres e ricos.
Os primeiros já não têm voz e não são afronta; os segundos não querem vociferar, porque tudo têm e de nada precisam.
A classe média é que é um perigo, pois, e na maioria dos casos, é esclarecida, intelectualizada, culta, interventiva e sabe, aqui e ali, exercer a sua cidadania. Vivemos tempos de medíocres politicos… E estes políticos o que querem é trucidar a classe média não vá ela… torcê-los, engomá-los e estendê-los ao sol.
Este assalto desavergonhado e sórdido é só mais uma “pedra de toque” de como esta classe política, sem jeito e sem nível, trata o Povo e o País. Após o 25 de Abril – desculpem a indisciplina que demonstro – criou-se uma nova corporação, mais maldosa, mais avitante, mais safada e mais corruptiva: a dos políticos.
São esses que mandam e nos enviaram para este charco.
Porque não cortam estes governantes nas mordomias dos Srs. deputados, na dos gestores públicos, nas Parcerias Público-Privadas e nos “tachos” que todos os partidos oferecem nos “vãos” do poder?
Esta gentalha não presta e os resultados, apesar da publicidade de que estamos a usufruir, estão à vista: o nosso deficit não decresceu, manteve-se acima dos 120%, obrigando a que, nos próximos 20 anos, tenhamos de viver de tanga e com a tanga desta classe política que se impôs, toda ela, com as tretas de uma democracia de costas voltadas para o Povo.
* pseudónimo