JOSÉ MARQUES *
Umas das muitas características que as marcas de máquinas fotográficas utilizam para promover as suas vendas são os múltiplos pontos de focagem que a máquina pode ter. Levam-nos a julgar que quanto mais pontos de focagem a máquina tiver, melhor.
Nem sempre é assim.
Praticamente todas as máquinas permitem seleccionar quantos pontos são usados nas focagem, que podem ir de apenas um e até às dezenas. Quando se usa apenas um, a máquina considera apenas esse ponto para fazer a focagem. Quando temos múltiplos pontos activos, cada máquina tem o seu próprio sistema e algoritmo mas, em regra, o que acontece na prática é que a máquina acaba sempre por fazer a focagem no ponto mais próximo da máquina.
Em retrato de paisagem isso não é problema. Pelo menos não é grave.
Quando fazemos retrato, a distância ao objecto é menor e a abertura é, em principio, maior. Isto significa que a profundidade de campo (a área que está focada) é menor. Logo, é mais fácil notarem-se erros de focagem.
Quando fazemos retrato, se tivermos múltiplos pontos de focagem activos o mais provável é acabarmos com uma foto onde a ponta do nariz está focada e o resto da cara fora de focus.
Sugestão: ao fazer retrato usar apenas um e só um ponto de focagem e os olhos sempre focados.