O ex-jornalista e advogado conimbricense António Marinho e Pinto foi o grande vencedor das eleições europeias ontem realizadas em Portugal. Cabeça da lista do MPT – Partido da Terra, obteve 243.416 votos (resultado ainda provisório), o que coloca aquele partido como a 4.ª força mais votada.
A dimensão do triunfo de Marinho e Pinto pode ser avaliada através de outros indicadores:
– multiplicou por 10 o número de votos do MPT comparativamente com as eleições europeias de 2009 (obteve então 23.356 votos);
– conseguiu que o MPT tivesse mais 100 mil votos do que o Bloco de Esquerda, uma força política estruturada, com presença diária nos principais meios de comunicação social e que inundou o país com propaganda eleitoral;
– fez com que o MPT tivesse 60% dos votos da CDU, a coligação histórica de comunistas e verdes;
– fez eleger o n.º 2 da lista do MPT, num dia em que a CDU conseguiu apenas mais um mandato (três eleitos) e o Bloco de Esquerda se ficou por metade (apenas Marisa Matias foi eleita).
ABSTENÇÃO BATE RECORDE
A nota mais importante do escrutínio foi, no entanto, a elevada taxa de abstenção, que somada com os votos brancos e nulos elevou para 68% a percentagem dos eleitores que se recusaram a escolher uma das 16 candidaturas.
Os gráficos seguintes (com os resultados no país e no concelho de Coimbra) são esclarecedores. No entanto, parece existir uma “vergonha” generalizada quanto à recusa de participação, pelo que é praticamente inédita esta forma de apresentar os resultados de um acto eleitoral.