8.5 C
Coimbra
Sexta-feira, 1 Dezembro, 2023
InícioDESTAQUEEleições europeias, desafios de futuro

Eleições europeias, desafios de futuro

web-eleições-europeias eleições-europeias-países

AMÉRICO COUTINHO *

As eleições europeias deixaram indicadores que considero muito preocupantes tanto em Portugal como na Europa.

Em Portugal, a primeira indicação que se pode ler é que ainda não morreu e está de volta a velha tendência para o sebastianismo. Continuamos a pensar que o “salvador” aparecerá numa manhã de nevoeiro…. Essa tendência foi personificada na eleição de Marinho Pinto que é um populista, vendedor de “banha da cobra” mas que nunca se mostrou capaz de fazer algo de útil. Pior que isso quando, na ordem dos advogados teve a possibilidade de se mostrar, foi travão às reformas, envolvendo-se em guerrilhas de jardim escola com a ministra e em nada contribuindo para a melhoria da Justiça em Portugal. Esteve pelo contrário ao serviço dos interesses instalados, dificultando o acesso dos jovens à profissão, não promovendo o mérito mas o compadrio que com grande falácia dizia combater. Dizia com ironia a minha filha mais nova que a sua eleições se ficou a dever aos juristas estagiários que assim se vêem livres dele por cinco anos!

A segunda indicação não menos preocupante, e esta extensível a toda a Europa é uma contradição insanável que precisa de alguma forma ser resolvida sob pena de pura e simplesmente não termos futuro.
Como é que a geração mais bem preparada de sempre faz chegar ao topo da carreira política só os medíocres? Fala-se tanto de Relvas; mas sejamos objectivos: – Passo Coelho tem por acaso um percurso académico ou profissional que lhe permita ocupar um lugar que deveria ser ocupado pelo melhor entre os melhores? E se falarmos de António José Seguro? E mesmo de António Costa?
Mas se nos virarmos para a Europa e para o naipe de políticos que ocupam lugares de topo, tanto nas instituições europeias como nos países temos que concluir que não há muita diferença. O que vemos são burocratas com muita conversa; mas de competência duvidosa.
Onde está hoje alguém que se compare ao sr Jacques Delors? Ou ao sr Helmut Kohl? Quem é e o que já fez na vida, para além das derivas pela extrema direita, o sr. François Hollande?
E depois admiramos-nos que a sra Marine Le Pen  e outros propagandistas do género tenham as votações que tiveram?

Temos pela frente, os que ainda acreditam que Portugal e a Europa têm futuro como espaços civilizados de vivência humanista uma tarefa hercúlea a que urge deitar mãos sem demora:- promover e valorizar o mérito e convencer os jovens, esses mesmo, os mais preparados de sempre, que, como dizia o Papa Francisco, a política está suja porque eles ainda não se meteram nela com espírito de missão.

Américo-Coutinho

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments

Célia Franco on Redacção da TSF ocupada
Maria da Conceição de Oliveira on Liceu D. Maria: reencontro 40 anos depois
maria fernanda martins correia on Água em Coimbra 54% mais cara do que em Lisboa
Eduardo Varandas on Conversas [Vasco Francisco]
Emília Trindade on Um nascimento atribulado
Emília Trindade on Sonhos… [Mário Nicolau]
Emília Trindade on Sonhos… [Mário Nicolau]
José da Conceição Taborda on João Silva
Cristina Figueiredo on Encontro Bata Azul 40 anos
Maria Emília Seabra on Registos – I [Eduardo Aroso]
São Romeiro on Encontro Bata Azul 40 anos
Maria do Rosário Portugal on Ricardo Castanheira é suspenso e abandona PS
M Conceição Rosa on Quando a filha escreve no jornal…
José Maria Carvalho Ferreira on COIMBRA JORNAL tem novos colaboradores
Maria Isabel Teixeira Gomes on COIMBRA JORNAL tem novos colaboradores
Maria de Fátima Martins on Prof. Jorge Santos terminou a viagem
margarida Pedroso de lima on Prof. Jorge Santos terminou a viagem
Manuel Henrique Saraiva on Como eu vi o “Prós e Contras” da RTP
Armando Manuel Silvério Colaço on Qual é a maior nódoa negra de Coimbra?
Maria de Fátima Pedroso Barata Feio Sariva on Encarnação inaugurou Coreto com mais de 100 anos
Isabel Hernandez on Lembram-se do… Viegas?
Maria Teresa Freire Oliveira on Crónica falhada: um ano no Fundo de Desemprego
Maria Teresa Freire Oliveira on REPORTAGEM / Bolas de Berlim porta-a-porta
Eduardo Manuel Dias Martins Aroso on Crónica falhada: um ano no Fundo de Desemprego
Maria Madalena >Ferreira de Castro on Crónica falhada: um ano no Fundo de Desemprego
Eduardo Manuel Dias Martins Aroso on INSÓLITO / Tacho na sessão da Câmara de Miranda
Ermenilde F.C.Cipriano on REPORTAGEM / Bolas de Berlim porta-a-porta
Eduardo Manuel Dias Martins Aroso on De onde sou, sempre serei
Carlos Santos on Revolta de um professor
Eduardo Varandas on De onde sou, sempre serei
Norberto Pires on Indignidade [Norberto Pires]
Luis Miguel on Revolta de um professor
Fernando José Pinto Seixas on Indignidade [Norberto Pires]
Olga Rodrigues on De onde sou, sempre serei
Eduardo Saraiva on Pergunta inquietante
mritasoares@hotmail.com on Hoje há poesia (15h00) na Casa da Cultura
Eduardo Varandas on Caricatura 3 (por Victor Costa)
Maria do Carmo Neves on FERREIRA FERNANDES sobre Sócrates
Maria Madalena Ferreira de Castro on Revalidar a carta de condução
Eduardo Saraiva on Eusébio faleceu de madrugada
Luís Pinheiro on No Café Montanha
Maria Madalena Ferreira de Castro on Eusébio faleceu de madrugada
José Maria Carvalho Ferreira on José Basílio Simões no “Expresso”
Maria Madalena Ferreira de Castro on Carta de Lisboa
Manuel Fernandes on No Café Montanha
Rosário Portugal on Desabamento na Estrada de Eiras
manuel xarepe on No Café Montanha
Jorge Antunes on Mataram-me a freguesia
António Conchilha Santos on Nota de abertura
Herminio Ferreira Rico on Ideias e idiotas!
José Reis on Nota de abertura
Eduardo Varandas on Caricatura
Eduardo Varandas on Miradouro da Lua
Célia Franco on Nota de abertura
Apolino Pereira on Nota de abertura
Armando Gonçalves on Nota de abertura
José Maria Carvalho Ferreira on Nota de abertura
Jorge Antunes on Nota de abertura
João Gaspar on Nota de abertura
Ana Caldeira on Nota de abertura
Diamantino Carvalho on Mataram-me a freguesia
António Olayo on Nota de abertura
Alexandrina Marques on Nota de abertura
Luis Miguel on Nota de abertura
Joao Simões Branco on Nota de abertura
Jorge Castilho on Nota de abertura
Luísa Cabral Lemos on Nota de abertura
José Quinteiro on Nota de abertura
Luiz Miguel Santiago on Nota de abertura
Fernando Regêncio on Nota de abertura
Mário Oliveira on Nota de abertura