Os ajustes directos feitos pelo Município de Coimbra ascendem a mais de um milhão de euros, só no primeiro semestre de 2014, noticiou hoje (sexta-feira, dia 20 de Junho) o “Campeão das Províncias”.
Além da compra de um automóvel (Audi) e da contratação de uma empresa para prestação de serviços de assessoria de comunicação, a Câmara adquiriu serviços para as Festas da Cidade a uma empresa do cantor André Sardet (60.500 euros).
A sociedade J. Aidos, Consultoria e Gestão de Projectos, foi contratada para coordenação do projecto de implantação de um Centro de Convenções e Espaço Cultural no convento de S. Francisco.
Com voto de qualidade de Manuel Machado, a Câmara Municipal de Coimbra fixou, há três meses, em 75.000 euros anuais (15 vezes mais do que no mandato anterior) o poder discricionário do presidente para contrair encargos inerentes a aquisição de serviços. A medida foi aprovada com a cumplicidade do vereador da CDU, Francisco Queirós, tendo sido necessário desempate devido ao voto desfavorável dos edis do PSD e de José Augusto Ferreira da Silva (Cidadãos por Coimbra, CpC).
A autarca Catarina Martins (CpC) considera que «a política de ajuste directo serve, obviamente, a discricionariedade do poder camarário, que assim pode exercer uma série de favorecimentos e agradecer a quem ajudou a conquistá-lo, sem passar pelo escrutínio da oposição».
«Não é por acaso que João Aidos é 10.º na lista do PS, podendo até, teoricamente, vir a aceder ao lugar de vereador», opina Catarina Martins, assinalando que Sardet é autor do hino de campanha de Manuel Machado.
Segundo a autarca, «não foram precisos mais de oito meses de mandato para se perceber que nos Paços do Concelho não reina a transparência, não existe a política como serviço público, não se governa pelo interesse do Município e dos munícipes, mas sim em favor de interesses pessoais de quem exerce o poder e de um círculo restrito de quem o rodeou e rodeia».
«Não nos surpreenderemos com mais ajustes directos, mas estaremos cá para o ajuste final», adverte Catarina Martins.
A empresa de segurança privada 365, que era gerida por um militante do PS, é outra das beneficiárias dos ajustes directos.
A LISTA COMPLETA DOS AJUSTES DIRECTOS está aqui.
(texto do “Campeão das Províncias”, adap.)