8.5 C
Coimbra
Sexta-feira, 1 Dezembro, 2023
InícioCOIMBRAAplauso para o padre Jesus Ramos

Aplauso para o padre Jesus Ramos [António B. Martins]

Rainha-luminosa

 

ANTÓNO B. MARTINS *

 

O padre Jesus Ramos, pároco da Igreja de S. Bartolomeu e director do jornal diocesano “Correio de Coimbra”, tem sido, vai para alguns anos, o responsável pela saudação, no Largo da Portagem, em Coimbra, à imagem da Santa Rainha Isabel, aquando das Festas em sua honra. Este ano, proferiu uma intervenção dura e muito directa, na certeza de bem interpretar os sentimentos mais sofridos e mais preocupados dos seus irmãos na fé, na vida e na sociedade portuguesa.

Falou, como sempre o tem feito, em nome do Povo de Coimbra. Povo que, na sua esmagadora maioria, acredita e venera a sua Padroeira, exaltando as benfeitorias que, com gentileza, amabilidade e amor ao próximo, a Santa Rainha soube prestar ao seu Povo. Distribuindo bens aos mais pobres, apesar da rigidez do Rei, seu esposo. Eessa Senhora, Mãe e Esposa acabou por deixar exemplos e continua a zelar pela Cidade, pelos seus filhos e pelos seus residentes.

Jesus Ramos – que curiosamente esteve envolvido na minha vida e que, um dia, por “ditos e mexericos” deixei cair na minha prateleira dos “esquecidos” e que não mais reencontrei – merece o meu aplauso, agora, por ter conseguido, de forma franca e aberta, denunciar as falsas promessas e, também, a mediocridade que tem invadido os “palcos“ do poder. Poder que destruiu a esperança que, em Abril de 1974, todos depositaram numa nova era para Portugal.

Passados 40 anos, a miséria é enorme, os anseios são muitos, as amarguras imensas, as alegrias deram lugar aos desesperos, os sorrisos deixaram de brilhar nos nossos corações e as esperanças de vida melhor… afundaram-se em discursos de uma classe política desilustrada, sem cultura, atabalhoada, desviadora de interesses nacionais, vendida, amarrotada intelectualmente, apodrecida de sentidos e analfabeta de conhecimentos.

Jesus Ramos encheu-se de coragem e, em nome do Povo de Coimbra, pregou um sermão aos políticos deste País em crise de identidade, de valores, de ideias, de ideais e de lutas em prol das nossas gentes, pelo menos as mais indefesas e as de minguadas carteiras.

Jesus Ramos deixou palavras muito críticas, muito severas, muito assertivas e muito contundentes aos mandatários do poder. Vestiu a sotaina de pároco da gente mais humilde e simples, aquela que todos os dias sofre e tem de penar, e colocou dedos nas feridas que infectam a sociedade portuguesa. Suplicou, em nome do seu Povo, como Homem e como Cidadão – mas, e mais sublimemente, como Padre – por mais justiça, mais dignidade e mais trabalho sério e sem corrupções dos que, em Lisboa, têm desbaratado milhões e empobrecido a Nação.

Quero agradecer-lhe, em meu nome e – penso – de todos que o escutaram e, também, dos que não estiveram presentes na cerimónia, a forma sem freio como soube colocar os problemas da nossa gente e como apelou para a sua solução.

Qualquer padre deve ser um veículo de tudo quanto Jesus Ramos conseguiu denunciar, porque é voz de um Deus bom que reclama por justiça social, mais distribuição da riqueza, mais amor aos infelizes e aclama a dignidade humana.

* * * * *

PARA LER a Saudação à Rainha Santa clique aqui.

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments

Célia Franco on Redacção da TSF ocupada
Maria da Conceição de Oliveira on Liceu D. Maria: reencontro 40 anos depois
maria fernanda martins correia on Água em Coimbra 54% mais cara do que em Lisboa
Eduardo Varandas on Conversas [Vasco Francisco]
Emília Trindade on Um nascimento atribulado
Emília Trindade on Sonhos… [Mário Nicolau]
Emília Trindade on Sonhos… [Mário Nicolau]
José da Conceição Taborda on João Silva
Cristina Figueiredo on Encontro Bata Azul 40 anos
Maria Emília Seabra on Registos – I [Eduardo Aroso]
São Romeiro on Encontro Bata Azul 40 anos
Maria do Rosário Portugal on Ricardo Castanheira é suspenso e abandona PS
M Conceição Rosa on Quando a filha escreve no jornal…
José Maria Carvalho Ferreira on COIMBRA JORNAL tem novos colaboradores
Maria Isabel Teixeira Gomes on COIMBRA JORNAL tem novos colaboradores
Maria de Fátima Martins on Prof. Jorge Santos terminou a viagem
margarida Pedroso de lima on Prof. Jorge Santos terminou a viagem
Manuel Henrique Saraiva on Como eu vi o “Prós e Contras” da RTP
Armando Manuel Silvério Colaço on Qual é a maior nódoa negra de Coimbra?
Maria de Fátima Pedroso Barata Feio Sariva on Encarnação inaugurou Coreto com mais de 100 anos
Isabel Hernandez on Lembram-se do… Viegas?
Maria Teresa Freire Oliveira on Crónica falhada: um ano no Fundo de Desemprego
Maria Teresa Freire Oliveira on REPORTAGEM / Bolas de Berlim porta-a-porta
Eduardo Manuel Dias Martins Aroso on Crónica falhada: um ano no Fundo de Desemprego
Maria Madalena >Ferreira de Castro on Crónica falhada: um ano no Fundo de Desemprego
Eduardo Manuel Dias Martins Aroso on INSÓLITO / Tacho na sessão da Câmara de Miranda
Ermenilde F.C.Cipriano on REPORTAGEM / Bolas de Berlim porta-a-porta
Eduardo Manuel Dias Martins Aroso on De onde sou, sempre serei
Carlos Santos on Revolta de um professor
Eduardo Varandas on De onde sou, sempre serei
Norberto Pires on Indignidade [Norberto Pires]
Luis Miguel on Revolta de um professor
Fernando José Pinto Seixas on Indignidade [Norberto Pires]
Olga Rodrigues on De onde sou, sempre serei
Eduardo Saraiva on Pergunta inquietante
mritasoares@hotmail.com on Hoje há poesia (15h00) na Casa da Cultura
Eduardo Varandas on Caricatura 3 (por Victor Costa)
Maria do Carmo Neves on FERREIRA FERNANDES sobre Sócrates
Maria Madalena Ferreira de Castro on Revalidar a carta de condução
Eduardo Saraiva on Eusébio faleceu de madrugada
Luís Pinheiro on No Café Montanha
Maria Madalena Ferreira de Castro on Eusébio faleceu de madrugada
José Maria Carvalho Ferreira on José Basílio Simões no “Expresso”
Maria Madalena Ferreira de Castro on Carta de Lisboa
Manuel Fernandes on No Café Montanha
Rosário Portugal on Desabamento na Estrada de Eiras
manuel xarepe on No Café Montanha
Jorge Antunes on Mataram-me a freguesia
António Conchilha Santos on Nota de abertura
Herminio Ferreira Rico on Ideias e idiotas!
José Reis on Nota de abertura
Eduardo Varandas on Caricatura
Eduardo Varandas on Miradouro da Lua
Célia Franco on Nota de abertura
Apolino Pereira on Nota de abertura
Armando Gonçalves on Nota de abertura
José Maria Carvalho Ferreira on Nota de abertura
Jorge Antunes on Nota de abertura
João Gaspar on Nota de abertura
Ana Caldeira on Nota de abertura
Diamantino Carvalho on Mataram-me a freguesia
António Olayo on Nota de abertura
Alexandrina Marques on Nota de abertura
Luis Miguel on Nota de abertura
Joao Simões Branco on Nota de abertura
Jorge Castilho on Nota de abertura
Luísa Cabral Lemos on Nota de abertura
José Quinteiro on Nota de abertura
Luiz Miguel Santiago on Nota de abertura
Fernando Regêncio on Nota de abertura
Mário Oliveira on Nota de abertura