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Terça-feira, 12 Novembro, 2024
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Homenagem a Urbano Duarte no YouTube

A sessão solene de homenagem a Urbano Duarte, amanhã, dia 21 de Fevereiro, com início às 17h00, será transmitida em direto no canal do “Correio de Coimbra” no YouTube.

Se não puder deslocar-se ao Instituto Universitário Justiça e Paz, na Alta de Coimbra, pode acompanhar a cerimónia aqui.

A transmissão decorrerá entre as 17h00 e as 19h00.

Urbano Duarte evocado no dia do 101.º aniversário

Locais: Escola José Falcão (10h15), Universidade de Coimbra (15h00) e Instituto Justiça e Paz (17h00)

O cónego Urbano Duarte, que faleceu há quase 38 anos, vai ser recordado no dia 21 de Fevereiro, quarta-feira, por iniciativa de ex-alunos e jornalistas do Correio de Coimbra. A Escola Secundária José Falcão, a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra e o Instituto Justiça e Paz são os locais da evocação/homenagem.

No átrio do antigo Liceu D. João III, às 10h15, será descerrada uma lápide evocativa de Urbano Duarte. Segue-se uma palestra, da responsabilidade do ex-jornalista e empresário António Barreiros e do cirurgião ortopedista Carlos Cerca da Silva, especialmente dirigida à comunidade escolar.

Às 15h00, na Sala S. Pedro da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, será inaugurada uma exposição bibliográfica sobre Urbano Duarte. Estará também exposto um exemplar praticamente inédito do semanário Correio de Coimbra: um jornal de uma só folha, dedicada a Urbano Duarte e publicada mês e meio antes da morte do padre-jornalista.

A partir das 17h00, no Instituto Justiça e Paz, haverá um conjunto de comunicações sobre a vida e obra de Urbano Duarte, a cargo dos mestres Lígia Inês Gambini e Mário Martins e dos doutores Paulo Archer de Carvalho e Pe. António de Jesus Ramos.
A anteceder as comunicações, a Sessão de Abertura contará com intervenções do doutor António Pedro Pita, em nome da Comissão Organizadora, do bispo de Coimbra, do reitor da Universidade de Coimbra, do presidente da Câmara Municipal de Coimbra e do diretor do Instituto Justiça e Paz.

Urbano Duarte foi uma das figuras mais marcantes de Coimbra na segunda metade do século XX, não só da Igreja como da sociedade em geral. Em 1993, treze anos depois da morte, foi distinguido nas cerimónias do 10 de Junho com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito, após proposta conjunta do então presidente da Assembleia da República, prof. doutor Barbosa de Melo, do reitor da Universidade de Coimbra, prof. doutor Rui de Alarcão, e do bispo emérito de Aveiro, D. Manuel de Almeida Trindade, colega de estudos de Urbano Duarte, em Roma, na segunda metade dos anos 30.

A evocação do centenário do nascimento de Urbano Duarte ocorre no dia em que o sacerdote, pedagogo e jornalista completaria 101 anos. A entrada em todas as cerimónias é livre.

“Crónicas dos Anos Quentes” na Pampilhosa da Serra

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“Urbano Duarte: Crónicas dos Anos Quentes” é o título do livro do jornalista Mário Martins que será apresentado no próximo dia 18 de Abril, na Pampilhosa da Serra.

A apresentação, a cargo do Prof. José Ramos Mendes, presidente da Assembleia Municipal da Pampilhosa da Serra e antigo aluno de Urbano Duarte, está marcada para as 15h00, na Biblioteca Municipal, e integra a programação da Feira do Livro promovida anualmente pela autarquia pampilhosense.

O livro centra-se na figura de Urbano Duarte, o padre-professor-jornalista natural de Pescanseco do Meio (Pampilhosa da Serra), que foi personalidade de destaque da Igreja Católica portuguesa na segunda metade do século XX.

A obra, que resulta de uma dissertação de mestrado em Comunicação e Jornalismo apresentada à Universidade de Coimbra, analisa com detalhe as 691 crónicas que Urbano Duarte redigiu na última década de vida (1971-1980), o que permite uma viagem pelos tempos do Marcelismo, Reforma do Ensino de Veiga Simão, 25 de Abril, Nacionalizações, PREC, Verão Quente, eleições para a Assembleia Constituinte e início da “normalidade democrática”.

O livro aborda também o início da Imprensa em Coimbra, descreve o nascimento do “Correio de Coimbra”, actualmente no 93.º ano de publicação, inclui desenvolvida biografia de Urbano Duarte e apresenta os outros oito directores do jornal (1922-2014).

O conceito de crónica jornalística é dissecado, caracterizando os traços fundamentais de um género paraliterário/jornalístico ainda hoje desprovido de definição consensual, através da opinião de vários pensadores e da própria experiência do autor do livro, jornalista há quatro décadas.

São também publicados depoimentos inéditos de sete personalidades que trabalharam com Urbano Duarte na década de 70, nomeadamente de dois dos três directores que se lhe sucederam no cargo.

Padre, professor e jornalista, o cónego Urbano Duarte foi figura de relevo da vida coimbrã e, mesmo, nacional. Treze anos depois da morte, foi condecorado por Mário Soares, no dia 10 de Junho, com o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito, após proposta nesse sentido de Barbosa de Melo (presidente da Assembleia da República), Rui de Alarcão (reitor da Universidade de Coimbra) e de D. Manuel de Almeida Trindade (bispo de Aveiro).

O livro, uma edição de autor, pode ser encomendado através do endereço de correio electrónico martins56@gmail.com. O preço, durante a Feira do Livro da Pampilhosa da Serra, é de 10 euros (desconto de 33% sobre o preço de capa, 15 euros).

Apresentação do Livro sobre Urbano Duarte

livro capa

Aguardei – com a mansidão que deve presidir ao relato de actos como o que vou passar a informar – que algum interveniente ou participante pudesse verter nestas páginas a descrição da Apresentação do Livro de Urbano Duarte.

Do autor, o Mário Martins, não se esperava essa manifestação porque – pensou ele – poderia ter uma interpretação pouco favorável à sua forma de ser como homem/pessoa e de estar como profissional da Comunicação Social. Retratar a própria obra de que foi o fazedor e o mentor seria presunção… e poderia ser, também, um auto elogio.

A sessão, na qual decidi participar como convidado, estava composta de um público heterogéneo, desde o anónimo simples, passando por algum professorado universitário e clérigos da Diocese, até a ex-alunos da figura que o Livro foca – uma parte dos escritos do “Correio de Coimbra” – e a pessoas que conviveram e admiraram Urbano.

A sala estava cheia e o ambiente pressentia a presença de um Urbano que, vida fora, foi esclarecido, emblemático, tocante, contagiante, clarividente e muito sensível aos aspectos da vida humana, dos casos dos seus semelhantes e, ainda, de uma Igreja de perdão, de vida, de amor e de solidariedades.

Revi, aqui e ali, uma ou outra pessoa que, fazia muitos anos, não tivera o gosto de ver ou de cumprimentar. Na maioria dos casos, todos foram cordatos e simpáticos, mas houve quem fizesse vista cega para não ter de me saudar… Coisitas menores com as quais passo bem… Gentinha que não cabe no perfil humano dos ensinamentos de Urbano.

A sessão foi, para mim, uma Jornada debruada a um ouro fino, porque os palestrantes, sem maçar a plateia, estiveram num patamar da excelência do trato das palavras, do pensamento, do discurso e da mensagem.

Foi uma Jornada evocativa da Obra, de um certo e determinado tempo da nossa vida colectiva como Povo e como Nação; celebrativa de um trabalho, o do Mário com qualidade, seriedade factual e histórica e, também, com muita pesquisa; recordativa de um Homem, de um Padre, de um Jornalista e de um Professor que marcou gerações e uma época; enaltecedora da eloquência e magnitude da acção de Urbano Duarte nessas vertentes; digna para quem o Livro retrata e, também, para quem o formatou; e, ainda, contemplativa por banda dos dois palestrantes que souberam expôr, com classe e muito saber, o que a todos ali levou.

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O Mário, o primeiro interveniente – e fê-lo com mestria – não quis demoras, foi rigoroso, abordou o essencial, justificando a razão de ser da Obra que emergiu do seu trabalho da Faculdade. Deixou aos convidados oradores, a responsabilidade de falar dele, da obra e do visado no Livro. Esteve à altura do acontecimento… e deixou-se estar à margem das estrelas e das constelações, apesar de se sentir o cintilar da sua alegria pelo dever cumprido.

O Dr. Lino Vinhal, empresário ligado à Comunicação Social Regional e Director do “Campeão das Províncias”, afirmando-se com uma mestria de comunicador, soube captar o auditório não só pela forma “sábia” como abordou o grafismo da capa, desde o estilo (corpo), passando pela cor da capa e da letra adoptada, até aos espaços “em branco” e à paginação – numa observação de gabarito, de muitos anos de “tarimba” – colocou um determinado “enfoco” na expressão facial e no olhar do personagem e, ainda, no gesto que, espontaneamente, está presente na mão esquerda.

O seu discurso foi, aqui e ali, polvilhado de uma linguagem amena e provocatória no bom sentido, e de um “dito ou outro” de intervenção que teve a facilidade de refrescar o conteúdo.

Os elogios – marcantes – da personalidade do homem, da qualidade do jornalista e da seriedade do Cidadão Mário Martins não cansaram porque rasgaram o caminho da verdade, situando-o num lugar que só se atinge com sacrifícios, trabalho, honra, pundonor, alma, esforço e dedicação.

De Urbano, teve o Vinhal a franqueza de o apresentar como um amigo ou conhecido de passagem, mas socorreu-se –bem – da amabilidade de o contextualizar como um vulto da Igreja, do Jornalismo nacional e um Homem fadado para o Ensino.

Não se detendo na Figura de um Padre e de um Homem que não era vulgar, porque intelectual e culto, apresentou-o como a pessoa a cruzar a Fé e a Cultura, que teve o condão de abanar consciências, denunciar atitudes desprezíveis, apelar a bons sensos, dignificar as suas/nossas gentes, gritar contra as injustiças, descrever episódios mundanos, e compreender os seus alunos e a sua juventude irreverente de uma maneira transparente e com uma lucidez invejável.

O Vinhal, apesar de tudo, sabia quem era esse “monstro” da Igreja Portuguesa, esse Professor que arrebatou gerações e esse Jornalista que engrandeceu e enobreceu a Comunicação Social portuguesa.

A sua exposição foi um diálogo que dispôs o auditório a escutá-lo, porque nem um bocejo se pressentiu…

Como o vincou, ligeiramente, para que as interpretações de uma assistência multifacetada não pudessem “crismá-lo” de passadista, elegeu Urbano como a figura que, na nossa sociedade e neste século, precisávamos para se fazer luz e justiças. A necessidade da leitura, como o reflectiu ainda, é semente que deve frutificar, num tempo e num modo em que a sociedade portuguesa se politizou, os políticos se mediocrizaram e os portugueses estão descrentes e amorfos. Precisamos de “urbanos” e de gente que nos consiga arrebatar.

Não posso deixar de agradecer ao Vinhal – perdo-me esta informalidade do trato – a lição que, com simplicidade de linguagem, palavras doutas e expressões emotivas me transmitiu. Tocou-me a alma e levei-a mais confortada… Tocou-me o coração e carreguei-o mais aconchegado…

O Pe. Jesus Ramos, aproveitando o seu doutoramento em “História da Igreja” e o facto de conhecer Urbano Duarte, acentuou uma voz que prendeu a assistência, conseguindo abordar os aspectos mais exemplares da figura de Urbano, tendo-o “classificado” como um contemplativo, além de o ter situado no seu tempo, como Assistente do CADC, numa época de homens de magnificência intelectual e de brilhantismo de fé, numa simbiose perfeita entre a Cultura e esta última.

Disse-o sem medos e “vergonhas” que a Sociedade conimbricense, a Igreja Diocesana e a própria Universidade de Coimbra precisavam, neste nosso tempo de “cinzentas” águas, de afundamentos de ideias e de políticas, em que o Ocidente está mergulhado por ter perdido o fio condutor da sua génese cristã, de figuras como Urbano e de outros pensadores (se a memória não me atraiçoar) – Pacheco de Amorim, Cardeal Cerejeira, Braga da Cruz e outros – para se agitar, e no bom sentido, as massas e as nossas gentes. Precisamos de mais espiritualismo… necessitamos de mais evocação de um Deus que é, como disse e bem, amor e perdão.

O Pe. J. Ramos teve a coragem e a ousadia de deixar, perante ilustres presenças, algumas das quais identificadas com uma esquerda que não se revê em certas expressões, alguns recados, provocando os pastores e as ovelhas, de uma Igreja que – argumentou – deve estar viva e actuar nesta época de “ousadias” políticas, de crises e de falta de clarividência para se enfrentarem situações que a todos prejudicam. Exaltou o Humanismo Cristão da Igreja, uma matriz que faz falta nestes tempos de desnorte e de miserabilismos de todo a ordem, até mesmo de âmbito político e de programas que possam fazer fermentar a vida. Achei até que poderia ter dito que a Europa está a precisar de ser REEVANGELIZADA…

Enquadrando a passagem terrena de Urbano, a sua acção junto do Centro Católico e como Director do “Correio de Coimbra”, usando a expressão – antes e no tempo dele porque – disse – o “depois” estará por se escrever e não terá, por enquanto, o “lustro” linguístico e metafórico da sua escrita, o Pe. Ramos captou o auditório. A sua formação em História determinou um ou outro passo e compasso das suas opiniões, deixando interrogações para uma reflexão mais aprofundada da Vida e da Obra de Urbano Duarte.

A si, Pe. Ramos, que foi meu Chefe de Redacção e com quem aprendi muita coisa, estou-lhe grato pela sua “lição” que passarei a guardar na minha “algibeira” do conhecimento e da minha bagagem cultural.

Quase como nota final, referir que o orgulho de Pai (do Mário Martins) – estou certo – foi ouvir, ao cair do pano, a intervenção de uma filha que, notou-se, estava feliz, emocionada e que soube enaltecer o trabalho do “seu” Mário. Mas deixou-lhe um desafio que demostra a convicção que ela tem de reconhecer, no pai, a experiência e a sabedoria – suficientes – para ele conseguir trazer á estampa, mais um ou outro trabalho que possa deixar uma marca sobre o teu caminho de jornalista.

A sessão foi, para mim, um momento de recordações evocativas de um tempo, o da minha adolescência, onde, e no D. João III, aprendi a ser Homem, a formar-me para a vida e a dar os primeiros passos no jornalismo que, por variadas razões, acabei por abandonar.

E, se me permitem, porque já não tenho idade para me calar, não “caso” com certas desditas e jogadas que tentam manietar opiniões livres e desapaixonadas. O meu campo de batalha, sempre visou, alicerçado nos ensinamentos que me transmitiu Urbano Duarte de que me fiz amigo e com quem partilhei alguns espaços da minha vida – quantas noites no Manuel Júlio e aquelas férias com o João Bizarro em Sagres, no Algarve, além de outros convívios, a denúncia de injustiças, o grito por mais e maior humanidade e a defesa de uma maior dignidade humana, a bem de todos e dos Homens meus irmãos…

António Barreiros Martins (colaborador permanente do COIMBRA JORNAL)

 

 

Carta ao Santíssimo Padre, Papa Francisco

Quero saudar Vossa Santidade e fazer votos para que o seu Pontificado seja a Luz para os caminhos da Fé e que seja a Benção para todos os desígnios que o motivam a transformar a sua acção Pastoral e dar uma nova Vida à Igreja Católica.

Tento seguir os seus passos, ouvir as suas palavras, acolher os seus conselhos e perceber as suas mensagens. Regozijo-me com a sua bondade, a sua aceitação dos outros, a sua compreensão pelos outros, a sua brandura de posições, a sua esclarecida forma de entender o nosso Deus, a sua amabilidade para com as pessoas e o seu AMOR por tanta gente que, neste Mundo, sofre as maiores agruras com as mais variadas “mutilações” – intelectuais, pessoais, humanas, da própria consciência , sexuais, de personalidade, de Ser, de Cidadania, de Homens e Mulheres, de crianças, de jovens, de adolescentes e de idosos…

PAPA FRANCISCO

Sua Santidade é, pela forma de comunicar – linguagem simples, palavras esclarecedoras, discursos imbuídos no e do realismo da vida, metáforas, gestos, expressões e voz com sonoridade que prende – um exemplo de como se deve usar toda a nossa “força” interior e as capacidades exteriores para se deixar a semente.

Percebo quão difícil será ser o Pastor de um rebanho de muitos milhões, cada um dos quais com o seu “feitio”, com os seus problemas, com a sua personalidade, com os seus anseios, com as suas características humanas, com os seus defeitos, com as suas virtudes, com os seus egoísmos, com as suas invejas, com as suas inquietações de fé e com a sua mentalidade, alicerçadas nos próprios, nas sociedades de vivência, nas famílias, nas comunidades católicas e um pouco por todos os lados, donde cada um é natural, reside, trabalho ou, apenas, passa o seu tempo…

Entendo, perfeitamente, quanto deve ser penoso lidar com alguns Cardeais, Bispos e Padres que, por falta de jeito, de humildade, de vocação, de coração, de afectividades, de amor e de simplicidade não servem a Igreja a que juraram ser fiéis nem tão pouco sabem dar testemunhos de um Deus que, acima de tudo, tende para o perdão e para a todos AMAR, mesmo os que a própria Igreja pretende espezinhar como se o tempo da Santa Inquisição ainda reinasse no miolo da nossa religião, a Católica.

A sua tarefa, Santo Padre, é de extrema responsabilidade, de incomensurável entrega e de uma hérculea exigência.

 

Troféu académico

Este é um dos maiores troféus da minha carreira jornalística.
A revista “A Briosa”, editada pela Académica/OAF, decidiu distinguir-me pelo trabalho que realizei durante o longo “Caso N’Dinga”.

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Dirigida por Alfredo Castanheira Neves, tinha João Cunha como director adjunto. A “equipa da revista” integrava ainda João Sansão Coelho, o juiz-desembargador Armando Pinto Bastos e o então padre Aurélio de Campos, hoje cónego.

Talvez seja, mesmo, o maior dos vários “prémios” que já recebi.
Porque soube muito bem. E – agora com alguma ironia – porque havendo tantos jornalistas em Coimbra adeptos da Académica, a distinção coube a um jornalista simpatizante do União de Coimbra.

O fecho da emblemática “Gráfica de Coimbra”

O Tribunal de Coimbra declarou a insolvência de um dos maiores bastiões da Igreja diocesana de Coimbra, a Gráfica, após 95 anos de intensa actividade.

Criada a 20 de Junho de 1920, com a designação comercial de “Gráfica Conimbricense, Lda.” com a douta intenção de promover a tiragem de três publicações (“Amigo do Povo”, “Correio de Coimbra” e Boletim da Diocese), implantou-se ao tempo na Alta da cidade.

O camartelo que desmantelou parte dessa fatia urbana de Coimbra, para dar lugar à nova Cidade Universitária, hoje conhecida por Pólo I, obrigou-a a transferir-se, em 1944, para o Bairro de S. José, ao cimo da Rua dos Combatentes, num anexo dos espaços do Seminário Maior de Coimbra. E, foi nessa época, que foi “baptizada” de “Gráfica de Coimbra”.

Mais tarde, corria o ano de 1989, passou para novas instalações na Palheira/Antanhol, a sul de Coimbra, para conseguir expandir a laboração no sector gráfico, da impressão e da produção de livros, nomeadamente de Bíblias. Estas últimas que inundavam quase todos os mercados, mesmo os que se pressentiam “materialistas” e à margem da fé em Deus e no seu Filho.

logo Gráfica

Pisei, durante mais de sete anos, os espaços da “Gráfica de Coimbra” no Bairro de S. José, por ter sido convidado pelo ilustre e amigo professor Urbano Duarte, do Liceu que frequentava, o D. João III, a “alinhar” na Redacção do Jornal “Correio de Coimbra”, de que o conhecido e respeitado Cónego e Jornalista era, então, Director.

Passei ali, durante esses anos, muitas das minhas horas, entre trabalho redactorial, presença nas próprias oficinas – sempre junto de tipógrafos, paginadores e outros trabalhadores – e participando em tertúlias, depois do almoço, no refeitório/bar da empresa, com ilustres personalidades dos mais variados sectores.

Vice-presidentes na CCDRC, obras na Universidade

Os leitores informam…

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A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro tem novos vice-presidentes: Luís Caetano e Veiga Simão.

 

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As obras continuam na Universidade. De  Abril a Dezembro, vários espaços vão ser objecto de trabalhos de remodelação. A belíssima Capela de S. Miguel será um deles. Neste momento, continuam os trabalhos na Porta Férrea.

 

Frases de Urbano Duarte

PARTIDO COMUNISTA
«Cremos que aos Partidos Comunistas coube e cabe uma missão histórica: a de uma campanha sistemática e disciplinada em favor do operariado para que ele não seja explorado, mas, pelo contrário, para que os seus direitos sejam legalmente reconhecidos, com mudança radical das estruturas, se tanto for necessário.
Porém (…) no trato com o Partido Comunista quem for anjinho é palerma: temos que distinguir a estratégia dos Partidos Comunistas antes de alcançarem o Poder e depois de o terem em mãos.
Ora os factos demonstram que nos países “comunistas” do Leste não há partidos mas partido único; não há “liberdade democrática” para todos mas só para uns tantos; é crime fazer propaganda religiosa enquanto é um direito fazer propaganda ateia; há mais presos políticos e condenados à morte que em todos os países “burgueses”; se desapareceram os “patrões” surgiu o Estado-patrão e perdeu-se o direito à greve».
(Sintoma n.º 502, de 9/7/76)

PÂNICO FINANCEIRO
Este medo do futuro leva a pequena poupança a preferir o esconderijo da casa à caixa forte dos bancos e tenta o capitalista, o senhor milionário sem o mínimo escrúpulo patriótico, a furar, seja de que modo for, (e o capitalista adrega melhor com os subtis furos de saída do que o mais matreiro contrabandista fronteiriço…), as barreiras alfandegárias.
(Sintoma n.º 405/12/1974)

IGREJA E POLÍTICA
Eu não queria que a Igreja se transformasse em produto reacionário. Mas também não posso aceitar que em Portugal, e neste momento, só não seja reacionário quem for comunista.
(Sintoma n.º 443, 24/7/75)

JORNALISTA
«Quem escreve e assina o que escreve sai da zona da sua intimidade e cai nas bocas do mundo».

REVOLUCIONÁRIOS
Os falsos revolucionários da esquerda são os citadinos, os filhos ricos, os universitários, os burgueses com a má consciência da sua abundância, os oportunistas cegos pelo poder, os encantados de românticas ideologias mas sem nenhum contacto pessoal com as classes sofredoras, os revolucionários de profissão ou de moda, com labaredas de palha mas sem lume de torga que ponha panela a ferver para refeições sobre a mesa, mais que em visões fantasistas que só geram desengano.
(Sintoma n.º 470, 8/1/76)

CATÓLICOS
Se eu aceito que elementos da “direita” e da “extrema-direita” se confessem católicos, embora para eles a Igreja pouco mais signifique que o baluarte que defende velhas situações de ter e poder, muito mais aceito que homens da “esquerda”, em luta por uma maior justiça, encontrem no Evangelho, nos Padres da Igreja e nos últimos documentos conciliares, um poderoso estímulo para, em união de Fé, se doarem à conquista de um mundo mais livre, mais igual e mais participado. É mais cristão quem vive para os outros do que quem vive para si.
(Sintoma n.º 668, 25/10/1979)

POVO
Somos um povo maravilhoso com primores de coração. Defeito grave é, por passividade e conservadorismo, contribuir para a sua erosão. Crime de lesa-pátria é, porém, consentir que alguns marginais lhe chupem, como doninhas, o sangue desse coração.

(Sintoma n.º 565, 23/7/1977)

PARTICIPAÇÃO
Quem foge às lutas da sociedade a que pertence, não procure refúgio junto de Deus. Ele não é “Deus dos mortos” e dos covardes.
(Sintoma n.º 72, 22/7/71)

DIGNIDADE HUMANA
A dignidade humana é um valor divino, que ninguém pode reduzir, a não ser por sacrilégio, à situação de propriedade particular, seja de quem for: nem os filhos são propriedade dos pais e muito menos os operários podem ser considerados instrumentos do capital.
(Sintoma n.º 369, 4/7/1974)

JUVENTUDE
Poderemos discordar de muitas ideias dos “rapazes”. Porque radicais e verdes, a necessitar de menos fervura e um pouco de senso. Mas ninguém diga que eles não pensam. Pensam talvez mais que nós, os maduros, pensámos quando na sua idade.
(Sintoma n.º 415, 6/2/1975)

CENSURA E JORNALISTAS
“A censura, prévia e política, durante décadas a proibir artigos, a cortar frases e adjectivos, teve como consequência que todos os jornalistas ficassem reduzidos a um único modelo “robot”: máquinas de produzir elogios.”
(Sintoma n.º 353, 2/5/1974)

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